"Quando em dúvida, seja chato e pergunte por que três vezes para chegar aos motivos atrás dos motivos"
Muitas pessoas me perguntam como eu tomo decisões sob muita pressão, acumulando várias funções reportando diretamente para mim e com muito pouco tempo e recursos a minha disposição. Bem-vindos à vida de um empreendedor. Há muitas aulas e guias voltados para orientar a tomada de decisão gerencial: geralmente começa com uma missão que guia decisões para gerar opções e finalmente chega-se à avaliação e ao loop de feedback. Recomendo que vocês estudem isso, pois é um processo robusto e conselho sadio.
Não obstante, acredito que essas estruturas são necessárias, mas não suficientes para a tomada de decisões em um ambiente onde seu caixa pode acabar em um mês, você precisa passar orientações para muitas áreas em que não tem expertise e, com recursos limitados, tem de escolher quais atividades ou funções devem cair. Dentro da neblina da batalha, é muito fácil se deixar levar pela emoção ou confusão do momento. Por isso, espero que os três conceitos a seguir lhe ajudem a tomar decisões melhores não apenas em negócios, mas também em todos os âmbitos da sua vida.
A segunda melhor alternativa
Em inglês chamo isso de “The next best option”. Gosto de falar isso em vez de simplesmente buscar a melhor alternativa porque não é necessário levantar todas as opções disponíveis para tomar uma decisão. Esses conceitos dividem-se em duas partes – parâmetros e prazos. Com parâmetros, quando alguém oferece uma solução ou ideia, pergunte qual é a próxima melhor opção e por que está recomendando esta em vez da outra? Quando lido com pessoas fora da minha área de expertise, sempre tenho mais interesse nas opções que elas rejeitaram do que a recomendação em si. Por exemplo, quando nosso time de estilo apresenta uma estampa para a coleção, sempre peço para ver as estampas que rejeitaram, qual processo usaram para decidir e quais parâmetros usaram para chegar à sugestão final. Com base nessas perguntas, às vezes mudamos a estampa.
Em relação aos prazos, você nunca vai ver todas as casas em um bairro antes de comprar ou provar todos os sorvetes antes de escolher um sabor. Raramente vai encontrar a “melhor opção” em termos absolutos. É preciso encontrar a melhor opção dentro de um prazo e esforço que permitem que você tome uma decisão e começar a testar e ver resultados rápidos para que possa ajustar rapidamente caso seja necessário. Indecisão tem custo e já pequei por isso várias vezes, esperando tempo demais antes de testar algo. Não caia na mesma armadilha.
Você sabe que sabe?
Sem conhecer bem os elementos da decisão, você não vai conseguir tomar a decisão correta. Nem consigo contar quantas vezes já fiquei em reuniões com pessoas demonstrando concordância durante uma apresentação ou atualização e depois não conseguirem explicar direito o que foi falado. O segredo para mim ou para qualquer pessoa que queira tomar as melhores decisões é ter a confiança de falar que não sabe. Sempre usar as frases “O que é isso?”, “O que significa isso?”, “Como funciona isso?”, “Não entendo como isso está calculado”. Curiosidade. Muitas vezes, até a pessoa que está apresentando não vai saber como responder suas perguntas de forma aprofundada. Cerca de 50% das minhas conversas com meu time e parceiros são compostos de eu perguntando uma das perguntas acima. Eu falo para meu time que eles deveriam escutar e perguntar como se precisassem ensinar o que está sendo falado 1 minuto depois, o que realmente é o caso na maior parte do tempo.
So what?
Na postulação das Quatro Causas de Aristóteles, o filósofo disse: “Não temos conhecimento de algo até compreendemos o porquê dele, ou seja, a razão.” Quando alguém está apresentando uma alternativa, explicando um problema ou mostrando um dashboard ou gráfico, minha pergunta é sempre “so what?” ou “Para que estamos investindo tempo nesse dashboard ou gráfico se não vai ter uma ação resultando disso?” ou ”Para que você quer tomar esse curso de ação a respeito dessa oportunidade ou ameaça?”. Um bom exemplo disso é: na Authen, a gente mensura o NPS, as notas de satisfação de corredoras que compraram nossos produtos. Revisamos 100% dos comentários mensalmente e nosso time tem que tratar cada comentário como se fosse uma observação diretamente de mim, o CEO, com uma defesa e ações que já tomamos ou vamos tomar para corrigir o curso.
Lembre-se de que quando o custo de não tomar a decisão pode ser grande, avalia-se a segunda melhor opção rapidamente; quando você está cercado de incerteza e novos conceitos, tenha a confiança para dizer quando não sabe do que as pessoas estão falando e, finalmente e o mais importante de tudo, cada decisão ou ação que você tomar tem que ter um “so what” ou porquê. Se force e aos outros a entender o porquê. Quando em dúvida, seja chato e pergunte por que três vezes para chegar aos motivos atrás dos motivos - isso força a pessoa a saber realmente o propósito por trás de tudo e tomar as melhores decisões.
Fonte: Administradores
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